A redação abaixo foi feita com a intenção de demonstrar uma abordagem cultural consistente sobre o tema ENEM 2019. Ela é focada em criar uma diferenciação na Competência II, a que exige o construir da argumentação com base em repertório cultural que não esteja na coletânea. É com base nessa perspectiva que se apresenta, principalmente, a referência do 1º parágrafo (e as outras citadas no 2º e 3º parágrafos). O texto proposto usa todos os parâmetros expressos no livro “Redação para o ENEM”.

REDAÇÃO SOBRE O TEMA: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”

Platão inventou o cinema. O filósofo grego, ao compor sua universalmente conhecida “Alegoria da caverna”, engendrou um ensinamento emblemático sobre a construção do conhecimento e criou, com as imagens do mundo externo projetadas na parede para um grupo de espectadores, os princípios básicos da Sétima Arte. Aproveitando essa base filosófica, nos séculos XIX e XX, o cinema se tornou profundamente relevante em termos culturais e, por isso, o acesso a ele deve ser democratizado.

Além disso, em um mundo cada vez mais marcado pelas linguagens visuais, o cinema é a fundação estrutural que serviu de referência para outras linguagens e indústrias, como a televisão, os games e as séries de televisão. Montado como uma sequência de imagens justapostas para criar a ilusão de movimento e uma série premeditada de significados, o cinema representa, em suas diversas manifestações, o máximo da sabedoria pictórica.

Ainda, há a questão da diversidade. O cinema, nesse quesito, certamente se destaca: suas diferentes vertentes, como o “cinemão” Hollywoodiano, o cinema indiano, o europeu, o asiático e o iraniano acrescentam, cada uma, universos próprios e muito ricos de significações. Uma vez que esta variância cultural só tem a somar, ela deve ser presente como instrumento de lazer e aprendizado.

Assim como o cinema, o Brasil é um país marcado pela diversidade cultural. Por isso, faz todo o sentido usar como ferramenta educacional e de geração de entretenimento sadio uma forma de arte impregnada de multiplicidade temática e que fornece base sólida para o entendimento de diversos tipos de linguagem. Todavia, o acesso dos brasileiros à sétima arte é exíguo: só 17% da população frequentam o circuito exibidor, por conta de custos e baixo número de salas.

Em suma, para democratizar o acesso ao cinema é preciso que os governos reduzam impostos para baixar preços e que os exibidores ofereçam sessões gratuitas especiais, para espectadores de baixa renda ou que residam nas periferias. Além disso, é vital fomentar a criação de projetos de exibição itinerante em localidades que não contam com salas e estimular a instalação de exibidores em cidades pequenas e médias, por meio de incentivos fiscais.

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